sábado, 6 de junho de 2015

Paupérrimo Coração Ferido



Logo eu tão falante emudeço a voz e espero o coração falar, na verdade, ele grita, dói, machuca, mas pobre coitado já tá tão calejado que nem se quer se importa com a dor, é mentira, ele se importa sim, mas a dor não importa de machuca-lo, de fininho ele vai amolecendo, perdendo a carapaça, fica vulnerável aos sentimentos alheios, pobre coração tão abatido que nem mesmo o sorriso no rosto o da um suspiro de alívio, miserável coração bobo, babaca, panaca, Mané, tolo, que acredita em verdades, dá um voto de confiança a humanidade, triste coração que não bate, mas apanha da vida, é a vida é um tanto cruel, mas não é a vida, são os que acreditam que vivem.
A vida é ótima, mas é sacrifício, viver é bem mais que respirar, é sentir na pele toda e qualquer emoção e sentimento, isso é o que acredita esse medíocre coração panaca, meio incrédulo dos bons sentimentos, mas não desiste de tentar, marcado pela dor infeliz coração vai rastejando de fininho, mas não se dá por vencido, ele tem um aliado, a força de vontade, essa lhe mantêm vivo, esperançoso em dias em que sofrimento seja apenas uma página virada de um livro recém-escrito e inacabado.
Paupérrimo coração, rico em virtudes, mas amargurado pelas pancadas que já levou, forte o bastante para se manter firme e fraco demais para se manter fingindo, triste coração que acredita na ilusão de um sentimento puro, que chora por outro coração que tão pouco o dá importância, talvez ele não goste de meios termos e de partes com meias verdades, por isso é maltratado. Mas ainda sim continua na sua batalha, que venha mais pancadas, mais mágoas, mais tropeços, mais feridas, mais friezas, mais ilusões, mais dores, mas jamais deixará de tentar acreditar em outros amores.

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