FOI SEM QUERER

E sem querer você chegou, de mansinho, ganhou espaço, foi se adaptando ao meu mundo e eu fui acreditando naquele jogo de “sem querer”, e foi aproximando-se, nas rodas de conversas você já fazia parte, nas fotos em grupo você estava lá, e foi passando o tempo...

Passou mais um pouco e novamente sem querer tornaste meu amigo, e mais um pouco o favorito entre eles, teu status no meu celular já marcava como favorito, o som à uma ligação sua ganho destaque, diferente dos que ali já habitavam, os megabytes do meu cartão de memória já nomeava uma pasta só sua, ops, só nossa, na minha caixa de entrada SMS faziam fila, nos meus contatos as teias de aranha tomavam conta, não se precisa muito de comunicação com o mundo quando se tem tudo em apenas nove dígitos, e foi indo como sempre foi...

A amizade ganho força, ganho forma, ganho solidificação, é ganhou também os olhos da inveja, as vozes da maldade e mão da raiva, mas isso nunca nos afetou, as músicas do meu repertório favorito se unificaram com os seus, cantamos juntos, primeira e segunda voz, dupla sertaneja, apelidos eram comuns, e foi passando...

E um dia chegou um pedido inesperado, cheio de dor e tristeza, é não sabia que tinha isso tudo, no momento achei bobeira, “não se esquece de mim!”, poxa que pedido que nada isso foi ouvido como uma ordem, e eu tomei a fundo, não esqueci mesmo, mas decorrido mais um pouco percebi-se que não era amizade o que tinha ali, e sim companheirismo, respeito, carinho e vontade de estar perto. Eu e meu jeito tosco não hesitei em descrever, o meu caminho tem pedras, tem sol, é árduo, tem vilão, tem mocinho, tem você e tem eu, é só você escolher, ou vai , ou fica...

Eu fui...

Foi doloroso te deixar para trás, mas ao ouvir tua voz mais um pedido:

- Espera!!!! Eu vou com você!!!!!

Desvairou toda a dor que sentia no peito e o encheu de um sentimento chamado amor, e nesse mesmo instante percebi que amor não se deixar ir embora só, ou vai com ele, ou nunca se foi amor!!!

Não quero nó,preciso de laços!

Caiu F. Abreu descreve em uma simples frase a diferença entre laços e nós, dizendo que os nós apertam, os laços enfeitam simples assim, descrição direta, Mário Quintana vai mais além, descrevendo todo movimento para a criação de um laço e o assemelha a um abraço, que não deixa de ser um entrelaço de braços e corpo, mais profundo assevera que o amor é dessa forma, não prende, não escraviza, não aperta e não sufoca, porque se isso acontece deixa de ser laço e vira nó.

Como sempre descrevo amor que escraviza, que restringi, que tem posse, que sufoca, que prende, isso tem apenas a denominação de amor, mas na verdade, isso é tirania, e não a nada pior do que viver sob pressão, mais cedo ou mais tarde o pito explode, e tudo vai ao ar. Liberdade, respeito, paciência, compreensão e atenção são bases sólidas para qualquer relação, seja de qualquer nível. Liberdade te trará segurança, respeito é mutuo, paciência é fundamental, compreensão refletirá no diálogo, na boa convivência, na satisfação de olhar no fundo dos olhos do outro e se ver como brilho, atenção, vamos aos fatos consumados, só damos atenção a quem e a o que nos faz bem, então nem preciso prolongar palavras.

Um laço belo para estar pronto ao ponto de ser admirado necessita de dedicação e tempo, quando descrevo a palavra dedicação, deixemos o romantismo de lado, dedicação é empenho e não anulação de seu ser; Tempo para o aprimoramento da arte dos entrelaço, desta forma teremos uma relação, um laço e não um “nó”!

                “ Não quero apenas o desejo de estar comigo, mas a vontade de estar com você!”

Saudade tem nome e formas

É inevitável descrever de saudades e não sentir aquele aperto no peito e o nó na garganta, descrever saudade é quase que impossível, mas mesmo assim, já me atrevi várias vezes em tentar descrevê-la, saudade de sente, se consome mas não some, saudade não encontra substituto, não é compreendida, tão pouco entendida, apenas sentida.

Saudade consiste em partir e ainda sim permanecer, é chorar sem lágrimas, desmoronar-se por dentro e estender a mão para os que estão de fora, é ir embora com a intenção de não voltar e ainda sim não sair do lugar, saudade é a vontade de ir pela razão e de ficar pelo coração. Saudade não tem idade, não tem tempo, ela é mascarada pelo medo de arriscar e perder, é perder sem arriscar. Senti-la dói, mas não deixa feridas aparentes, mas não há machucado maior e pior que aquele sentido pela alma. É prima do amor e irmã do medo, explicando: só sentimos saudade daqueles que amamos, mas por medo de perdê-los deixamos partir, perdemos seu físico, mas não a presença. Mesmo na ida você quis ficar e temendo a volta você se foi. Mas que tantas idas e vindas??? Elas só te dão ainda mais a certeza que indo você deixará saudades e a levará consigo, vindo você matará pela presença, mas temerá até o concreto por insegurança própria.

Você pode não ter encontrado a solução e a definição de saudades, eu também não estou apta a descrevê-la com tamanha certeza, mas posso a denomina-la com teu nome para ser mais fácil sua pronuncia.