Em que sociedade vivemos? Que é preciso
perder para se dar o verdadeiro valor? Que precisa o bater a porta, o "Tô
indo!" para dizermos o "não vai, fica!"? Quem somos? Porque
prender quem tanto quer voar? Porque persistir em algo que não te dá forças
para continuar? Por quê?
Pois é... Um
dia vamos estar sozinhos, sentados ao nada, pensando em tudo e imaginando como seriam
os dias que viveríamos, e ainda mais, como é que deixamos escapar de nossas
mãos algo tão precioso, nesse momento que iremos perceber que na verdade nunca
quisemos a partida, mas também não fizemos nada para que ficassem, pelo
contrário, quando mais precisávamos apertar as mãos, abrimos e aos poucos foi
se deixando escapar. Quando queremos algo, de verdade, somos capazes de mover
montanhas, de sacrificar-se, mas também somos capazes de libertar, dá assas a
quem amamos, para que através da liberdade encontre o aconchego, encontre seu
próprio EU e ao encontrar-se nos encontraremos, mas até então, deixamos
libertos ao tempo...
Difícil não é a
decisão de ir ou não, difícil mesmo é a incerteza do ficar, a dúvida do querer
e o medo do que nos espera. Erros??? Todo ser humano já cometeu, uns mais
outros menos, mas não existe meio erro, existe sim o arrepender-se e não voltar
a fazer, mas o pior é que ao acreditar que somos especiais para alguém
toleramos até os seus repetitivos erros, seus constantes desacertos, como se
fosse algo natural...
E por acreditar na naturalidade dos erros,
os aceitamos e vamos deixando de nos importar com a pessoa, vamos mantendo-nos
cada dia mais passiveis, vamos tomando gosto pelo deixar as águas tomarem seu
próprio percurso sem nossa intervenção, com isso vai se passando despercebidas
as desculpas, os erros, os beijos, os abraços, os calores dos corpos, a
presença, vamos aconchegando e bum... Não fazemos mais questão de ouvir as
despedidas, as explicações, não damos importância mais as explicações dos porquês
das falhas. Os dias tomam outras formas, vamos ganhando distâncias, mesmo
estando lado a lado, mas o abismo já foi criado. Ai hoje você olhou pra trás e
viu que já não estava tudo em seu lugar, me procurou e não me encontrou, pena,
notastes minha ausência, minha falta um pouco tarde, você foi pouco a pouco me
deixando ir e mais, nem me pediu pra ficar, então eu fui.
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