Peguei seu
marcador de página, aquele que estava em meu livro quando você não me conhecia
ainda, e seguro como se fosse um terço pela casa. Aperto com vontade entre os
dedos.
Tampouco
tirei a aliança. Assim como não substitui seu cheiro de minha pele, e não
apaguei seu beijo.
Não sai de
você nem um momento dos últimos dias. Sou uma correspondência fechada em seu
nome.
Nada pode
nos afastar. Não será a inveja. Não será a pressão. Não será o medo. Não será a
precipitação. Não será a raiva.
Nada pode
nos separar, a não ser a nossa vontade.
Eu fico
imaginando o que poderia me provocar a dizer adeus. E não me vejo dizendo adeus
nem na minha imaginação.
Não consigo
visualizar viver distante. Viver alheio.
Amar é nunca
acreditar na separação.
Se
esfaqueasse minhas roupas, eu compraria outras.
Se queimasse
meus livros, compraria outros.
Se você
quebrasse meu celular ou meu computador, compraria outros.
O amor é
raro. Já o resto é substituível e passa.
O amor é
algo tão difícil, não tem como menosprezar sua importância.
Não posso
compactuar com a ideia de que não devemos perder tempo lutando por alguém. Você
merece toda a minha insistência.
O amor não é
fútil. O amor não é uma tolice. O amor não é descartável. O amor não é um jogo
de sedução.
Temos a
responsabilidade de jamais menosprezar a intimidade. A intimidade é um milagre.
Enquanto me
amar, não desisto.
Eu não posso
amar por dois, posso amar por três, quatro, cinco, o que precisar para
retribuir seu olhar.
Não quero
que dê o braço a torcer, quero que me dê o braço para andar de mãos dadas.
Venha, por
favor!
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